Com a recente queda no número de novas infecções pela COVID-19, as atenções agora se voltam para aqueles que conseguiram vencer a doença. De acordo com o painel COVID, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 29 milhões de casos, com mais de 653 mil mortes e 27,4 milhões de recuperados, além de mais de 1 milhão em acompanhamento.
A recuperação, assim como a doença, depende da gravidade no quadro da doença. Para os que apresentam sintomas leves, a recomendação é, além de realizar teste de antígenos para confirmar, se manter em isolamento por sete dias antes de retomar as atividades. Enquanto outras pessoas precisam ficar internadas em UTIs e até entubadas, necessitando posteriormente de cuidados especiais como fisioterapia respiratória e muscular.
No entanto, em ambos os casos é preciso ter cuidado reforçado após se recuperar da doença. Isso porque algumas pessoas apresentam sequelas neurológicas, pulmonares, cardíacas, motoras ou psiquiátricas a partir de quatro semanas após a primeira infecção. Segundo um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, estas chamadas “condições pós-COVID” podem provocar efeito no cérebro, coração e/ou pulmão por meses após o fim da fase aguda da infecção.
A discussão é tão séria que a OMS (Organização Mundial de Saúde) incluiu, em janeiro de 2022, um capítulo dedicado aos cuidados posteriores à doença nas suas recomendações para a pratica de medicina com relação a COVID-19. Principalmente porque a atenção a estes casos engloba diversas áreas.
Cuidados após se recuperar da COVID-19
Como vimos, retornar a vida normal após pelo coronavírus infecção exige atenção. Por isso, elaboramos uma lista com algumas dicas para você cuidar melhor da sua saúde após se recuperar da COVID-19.
Tenha hábitos saudáveis
Um estilo de vida saudável é a melhor resposta, não só para a COVID-19, mas para quaisquer outras doenças. Dormir oito horas por dia, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, beber com moderação e não fumar ajudam no bem-estar do corpo e a ter mais qualidade de vida.
Mantenha as precauções
Ainda que não haja indícios de reinfecção em um curto espaço de tempo, as pessoas recuperadas não podem abandonar os cuidados preventivos para com a COVID-19. Higienizar frequentemente as mãos e evitar contato com superfícies publicas muito tocadas evitam que, mesmo que o indivíduo não possa transmitir o vírus por vias aéreas, acabe contaminando outras pessoas. Com relação a necessidade do uso ou não de máscaras, no entanto, vale verificar as permissões nos decretos de cada estado ou município.
Fique atento aos sintomas e faça exames médicos regularmente
Embora muitas pessoas relatem sequelas depois de se recuperar da COVID, fica difícil compreender a extensão dos problemas sem a realização de exames clínicos e laboratoriais. Em especial nos sistemas respiratório, cardíaco e neurológico.
Por ser um vírus respiratório, o coronavírus costuma afetar os pulmões. De acordo com a revista cientifica Nature, até 30% dos pacientes se queixaram de falta de ar nos meses seguintes. Neste sentido, exames de imagem, testes de esforço e provas da função pulmonar ajudam a aferir a gravidade dos danos ao sistema respiratório.
No caso do coração, segundo a Nature, os sintomas mais comuns são dor no peito e palpitação. Por isso, é necessário fazer testes para descartar possíveis consequências como fibrose miocardia, arritmias ou miocardites.
Por fim, com relação a parte neurológica, de acordo com um estudo preliminar da Unicamp, até 40% dos pacientes apresentavam dor de cabeça, 30% alteração de memória, 28% sofriam de ansiedade, 20% de depressão, 16% tinham perda de paladar e 28% de olfato. Necessitando de exames clínicos e testes cognitivos para avaliar possíveis danos a função cerebral.
